3º - Estudo
Vamos Tratar Com o Ego
Nota sobre o subconsciente, o consciente e o Inconsciente. O tantra fala do inconsciente real que não está reprimido por ti, mas sim é seu ser mais profundo
E seu consciente é só uma pequena parte do inconsciente que veio à luz, 0,5% mais ou menos, que se tornou consciente.
Sua mente consciente é uma pequena parte de toda a mente, e esta mente consciente criou seu próprio centro. Esse centro é o ego.
Este centro é falso, porque não pertence a toda a mente, não é o centro de toda a mente.
É só um centro da parte consciente, um fragmento. O fragmento criou seu próprio centro e esse centro segue pretendendo ser o centro de todo o ser.
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Após estas colocações acima, podemos dar inicio ao o estudo sobre o “ego”, como fonte de todo desejo e suas consequências, que impedem a Iluminação. O ego é a fonte de todo desejo, do mais nobre ao mais tenebroso, sejam eles quais forem. Todos os nossos projetos, inclusive os mais espirituais, puros e nobres, são consequência do ego. Fazemos nossos projetos, que inclui sucesso profissional, sucesso financeiro, sucesso no relacionamento, sucesso ministerial ou espiritual; projetos filantrópicos, projetos de grandes obras, grandes igrejas e assim por diante. Mas não paramos para pensar sobre a fonte dessas motivações. A fonte é sempre o ego. Não há nada de errado nesses projetos e motivações, o problema é que eles engrandecem e fortalecem o ego do qual procedem.
Paulo disse: “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm 6.10). Se considerarmos que o amor ao dinheiro é consequência do ego, então podemos concluir que o ego é a fonte mais profunda de todos os males.
Quando o “ego” é desativado em nós todos os desejos desaparecem, bem como todas as suas motivações. Antes da Iluminação, todo desejo expressa uma carência e toda carência é uma treva.
Quem está Iluminado não tem carência porque Deus preenche todo o seu vazio. Quando Davi disse: “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará” era isso que estava dizendo. O Senhor é o meu pastor e preenche todo o meu ser, por isso eu não tenho nenhuma carência, nada me faltará. Foi o que também Paulo disse: “como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos, como nada tendo e possuindo tudo” (2Co 6.10). E também Jó: “Ainda que ele me mate, nele esperarei...” (Jo 13.15). Habacuque também disse viver esta experiência: “ v16...pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá contra o povo que nos acomete. v17 Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, v18 todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. v19 O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc 3. 16-19).
A Fonte do Ego
Ego é o conjunto de todos os nossos defeitos psicológicos, também chamados de "eus". São pensamentos inversos, avessos e antagônicos a Deus. Apesar de ser de natureza inumana também é o que somos. Como a Essência aprisionada dificilmente se expressa, quem atua em nós quase na totalidade do tempo é o ego. A essência “aprisionada” é a consciência divina do Eu Superior. Também chamado de inconsciente. Apenas 5% dessa essência é livre, mas ainda meia adormecida; e 95% totalmente “aprisionada” pelo ego. E é com esses 5% que trabalhamos o processo da Iluminação.
Os desejos do ego são como muitas pessoas vivendo dentro de nós, cada qual com suas vontades, opiniões, desejos, pensamentos, etc.
Alma é um termo equivalente ao hebraico néfesh, no Sanscrito Ātman e no grego psykhé e significa "ser", "vida". A alma é a fonte do ego. Quando ela tomou a decisão de se distanciar de Deus, sem perceber criou o ego. Enquanto houver ego, o homem está separado de Deus. Não existe novo nascimento ou iluminação que inclua o ego. Pela porta estreita o ego não pode passar. Por isso Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” (Jo 12.24). Foi o que ele disse, também, sobre o negar-se a si mesmo e tomar a cruz. Paulo também disse:
“sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6.6).
“Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3.9).
“...Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim...” (Gl 2.19,20).
A cruz tem a ver com morte, a morte do velho homem é a morte do ego. O ego é o pecado como fonte; se deletarmos a fonte, os seus resultados também são deletados. Paulo o chamou de “o pecado e o mal que habitam em mim” (Rm 8.18-20). Todo pecado é treva. A morte do ego é a morte psicológica daqueles defeitos.
Nossos pensamentos geram a a nossa mente
A mente é um mecanismo de hábitos; é um conglomerado de pensamentos. Portanto, os pensamentos criam a mente e a mente é criada pela alma. A mente cria o ego. Se eliminarmos os pensamentos, a mente também é eliminada. Quando nascemos, viemos sem pensamento, por isso sem mente. Com o tempo somos ensinados a pensar e com esses pensamentos vem a nossa mente. Nascemos também sem consciência. A consciência de 5% oriunda do nosso inconsciente, é formada até mais ou menos aos 6 anos. quando somos iluminados, perdemos a nossos pensamentos, nossa mente, nossos desejos e, envés de 5% da consciência divina, ganhamos 100%. (Essa é a parte destinada ao ser humano.
Primeiro compreende isto... Sua mente é tão somente um vagabundo que vagueia por todo lado. Nunca está em um ponto. Está sempre indo, movendo-se, alcançando, mas nunca em um ponto. Vai de um pensamento a outro, da o B. Mas nunca está na; nunca está no B. Sempre está em movimento. Recorda isto: a mente sempre está em movimento, esperando chegar a alguma parte, mas sem chegar nunca. Não pode chegar! A estrutura mesma da mente é movimento. Só se pode mover; essa é a natureza inerente da mente. O processo mesmo é movimento: da B, de B ao C..., segue sem parar.
Se te parar no A ou em B ou em qualquer ponto, a mente lutará contigo. A mente dirá: «Segue adiante», porque se te pára, a mente morre imediatamente. Só pode estar viva em movimento. A mente significa um processo. Se te parar e não te move, de repente a mente fica morta, já não está aí; só permanece a consciência. A consciência é sua natureza; a mente é sua atividade: igual a andar. É difícil porque pensamos que a mente é algo substancial. Pensamos que a mente é uma substância; não o é, a mente é tão somente uma atividade. De modo que na realidade é melhor chamá-la «mentear» que mente. É um processo igual a caminhar. Caminhar é um processo; se te parar, não há caminhar. Tem pernas, mas não caminhar. As pernas podem caminhar, mas se te pára, embora as pernas continuarão aí, não haverá caminhar. A consciência é como as pernas: sua natureza. A mente é como caminhar: só um processo. Quando a consciência se move da B, de B a C, este movimento é a mente. Se parar o movimento, não há mente. É consciente, mas não há mente. Tem pernas, mas não caminhar. Caminhar é uma função, uma atividade; a mente também é uma função, uma atividade. Se te parar em qualquer ponto, a mente lutará. A mente dirá: «Segue!» A mente tentará por todos os meios te empurrar para diante ou para trás ou a qualquer parte, mas «Segue!» Dá igual aonde, mas não fique em um ponto. Se insistir e se não obedecer à mente..., é difícil, porque sempre obedeceste. Nunca lhe ordenaste à mente; nunca mandaste sobre ela. Não pode fazê-lo porque, na realidade, nunca te há desidentificado da mente. Pensa que é a mente. Esta falácia de que é a mente lhe dá à mente uma liberdade total, porque então não há ninguém que mande sobre ela, que a controle. Não há ninguém! A mente mesma é a que manda. Pode ser que se torne a que manda, mas essa autoridade é só aparente. Se o tentar uma vez, pode dobrar essa autoridade: é falso. A mente é tão somente um escravo que simula ser o senhor, mas o simulou durante tanto tempo, durante vidas e vidas, que inclusive o senhor acredita que o escravo é o senhor. Isso é só uma crença. Prova o contrário e saberá que essa crença era totalmente infundada. Este primeiro sutra diz: Imagina que os círculos de cinco cores da cauda do pavão são seus cinco sentidos no espaço ilimitável. Agora deixa que sua beleza se funda por dentro.
A auto-observação e meditação são formas de eliminar esses defeitos psicológicos
Quando estamos em auto-observação e percebemos a atuação de algum defeito psicológico, (desejo do ego) o que fazer para que este seja eliminado? A técnica do morrer psicológico, através da qual podemos eliminar cada defeito psicológico que conseguimos perceber atuando em nós, só acontece pela auto-observação.
Como dissemos acima, a essência é a consciência divina em nós. Conforme escreveu Victor Hugo: "Escuta tua consciência antes de agir, porque a consciência é Deus presente no homem”. (Victor-Marie Hugo foi um romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país. É autor de Les Misérables e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras clássicas de fama e renome mundial, Wikipédia)
A Essência é o que de mais nobre levamos dentro e é imortal. Conforme vamos eliminando os desejos do ego vamos fortalecendo essa consciência em nós, já que cada eu, (desejo do ego), mantêm aprisionada uma fração de nossa Essência. Considere cada eu como uma garrafa que mantêm um pouco de nossa consciência aprisionada. Quebrando a garrafa retorna a nós aquela parcela de consciência que estava aprisionada. Assim é como vamos realmente mudando interiormente, substituindo pouco a pouco nossos muitos defeitos psicológicos por nobres e belas virtudes.
Quando percebermos a atuação de um defeito psicológico em algum dos centros da máquina humana, pedimos mentalmente a ao nosso Eu Superior para que ele elimine esse defeito e que o desintegre. O defeito é então imediatamente eliminado e resgatamos a parcela de consciência que ele aprisionava. É realmente muito simples.
Podemos comparar o ego como uma árvore, cujas raízes trazem da terra os nutrientes que a mantem viva. Se cortarmos cada uma de suas raízes, ela vai definhar até morrer de vez. Assim pode ser com o ego, eliminando cada um dos seus desejos, ele vai definhar e morrer definitivamente.
Podemos mudar esse quadro, da vida desconectada, eliminado o ego, quando controlamos nossos pensamentos. Quando policiamos nossa mente para que pensemos somente pensamentos de luz (Fp 4.8). Existem pensamentos de luz (energia bem aplicada) e pensamento de treva (energia mal aplicada). Na medida em que optamos por esses pensamentos de luz, nosso ser vai sendo tomado por luz (isso é iluminação). Se o pecado é treva ao ser dissipado pela luz, desaparece. Se os seres humanos não carregassem dentro de si o ego, o mundo seria um verdadeiro paraíso.
A morte psicológica e a meditação são os meios definitivos para o despertar da consciência.
Ao praticar a meditação entenda que seu único objetivo deve ser silenciar a mente, parar com sua agitação e com a sucessão de pensamentos que normalmente ocorre. Quando se consegue alcançar o silêncio absoluto da mente, ou seja, a ausência total de pensamentos, é que experimentamos o Vazio Iluminador, o êxtase místico, a liberdade da alma.
Quanto mais se pratica a meditação mais a mente vai se aquietando, e mais perto estaremos de alcançar o Vazio Iluminador.
Não se preocupe em saber como deve ser o Vazio Iluminador ou qualquer coisa do tipo. Concentre-se apenas na técnica de meditação que você estiver fazendo. Seu objetivo deve ser apenas silenciar a mente, nada mais. O demais virá por acréscimo.
Os koans
Um koan é uma frase enigmática que tem como objetivo propor um problema à mente que ela não consegue resolver. Dessa forma fazemos com que a mente se canse procurando uma resposta que ela não pode encontrar, uma vez que a resposta para um koan está além da mente, em um nível superior. Conforme a mente vai se cansando ela vai também se aquietando até ficar em completo silêncio. [nesse caso a pergunta “Quem Sou Eu” seria um koan]. A mente não pode responder essa pergunta.
Realmente o ego sabe que quando uma pessoa começa a se autoconhecer, a tomar consciência de que é uma marionete na mão dos defeitos psicológicos, ele é ferido mortalmente, pois é o principio do fim de seu reinado.
Por isso você pode ter a mais absoluta certeza de que o ego fará todo o esforço possível para tentar iludir você, usará tudo o que estiver a seu alcance para desviá-la do caminho do despertar da consciência e assim mantê-la fascinada e ocupada com as coisas passageiras da existência cotidiana.
Veja o que Jesus disse: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mt 6.22,23).
Davi também disse: “Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o SENHOR, meu Deus, derrama luz nas minhas trevas” (Sl 18.28).
As Fontes dos Nossos Pensamentos
Os pensamentos são entidades psicológicas animadas e autônomas, que se gera na mente humana, onde se desenvolve e alcança vida própria.
Temos três fontes de pensamentos: os que vêm para nós do espaço, os que vêm de outras pessoas e os que nós mesmos geramos. Qualquer um pode ser bom ou mau, por isso precisam ser levados cativo a Cristo, (veja Cristo no gráfico), “...e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10.5). Em nossa mente podem ser processados até 70 mil pensamentos por dia.
Quando filtramos nossos pensamentos, a nossa mente consciente começa vibrar em sintonia com o nosso “Eu Superior”, com Deus. E na medita em que a sintonia aumenta, aumenta também a nossa iluminação. Começamos com a alma, pois foi ela que criou o ego. E é nela, que, através dos bons pensamentos, debelamos o ego. Uma vez que o ego é destruído não resta mais separação entre "nós" o nosso “Eu Superior”. Nos tornamos um só. Jesus disse: "Eu e o Pai somos um".
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